Em poucos minutos de condução, fica bem claro que a Peugeot levou o
RCZ muito a sério. O controlo quase obsessivo dos movimentos da carroçaria, a acção rápida da direcção, o engatar preciso da caixa de velocidades, a progressividade da embraiagem e a atitude possante do motor, tudo se combina para gerar uma atitude bem mais alerta que a do 308. Sim, de facto o
RCZ tem por base esse familiar francês, mas a magia da Peugeot está de volta e o que é um automóvel competente, mas pouco dado à emoção, transforma-se num dos coupés mais excitantes dos últimos tempos. E espectaculares também com um dramatismo estilístico de cortar a respiração: deixá-lo estacionado sem admirar as suas linhas é como não olhar para trás quando passa uma mulher bonita (claro, não tem mal apreciar o que é belo...). Sendo o
TT o concorrente directo, mesmo assim, o
RCZ é suficientemente capaz de o bater ainda que seja em estrada.
Se a potência, as dimensões e o peso são muito aproximados, o carro francês leva vantagem no preço (certa de dez mil euros) e chega mesmo a superar o rival alemão nas sensações de condução. Por si só, o
TT é, pelo menos, tão eficaz em curva, a transmissão integral poderá dar-lhe vantagem no Inverno e as prestações são marginalmente superiores às do
RCZ, mas este último é mais táctil e envolve-o na condução, incita-o a ir mais longe, diz-lhe até onde pode puxar pelos
Continental Contisportcontact 3 em sair de estrada. Assim sendo o poder extravagante do 2.0 HDI de 163CV "obriga-nos" a chegar às curvas pendurados nos travões, que não se cansam do abuso, e o ESP desligado permite usar o acelerador para definir a postura da traseira em curva.
Para finalizar é importante destacar que a Peugeot volta a criar um automóvel emocionante, interactivo e sedento de curvas. Não é só uma cara bonita. E por falar nisso, é pena que não se tenha aproveitado o
RCZ para os futuros carros da marca Francesa.